Sem lançamentos relevantes, o estande da Fiat no Salão do Automóvel foi inteiramente dedicado a promover o desempenho nas vendas de seus modelos lançados nos últimos dois anos, como o Mobi, o Argo e o Cronos – sendo que estes dois últimos também ganharam conceitos especiais, provavelmente pela falta de novos carros. O maior destaque era o conceito Fiat Fastback – uma espécie de SUV da Toro, que foi projetado inteiramente no departamento de design da Fiat na América Latina, trouxe clara inspiração nos SUVs-cupês alemães.
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A Fiat começou sua apresentação anunciando uma renovação completa da gama nos próximos cinco anos – com até 15 lançamentos e um investimento de R$ 8 bilhões até 2023. Entre eles, três novos SUVs/crossovers – refletindo uma tendência mundial, como a gente sempre diz.
Ao que tudo indica, o Fastback servirá não apenas como base para o primeiro SUV médio com a marca Fiat vendido no Brasil, mas também como referência na linguagem visual das futuras reestilizações e lançamentos – especialmente o próprio facelift da Toro.
A dianteira traz uma clara evolução no desenho da picape da Fiat, com os faróis divididos em dois níveis – os principais embutidos na grade e os secundários, acima dela. O logo da Fiat na grade dispensa o escudo, utilizando apenas as letras – uma referência ao lettering original da marca, utilizado pela primeira vez em 1901 e já empregado na traseira do Mobi, do Argo e do Cronos.
Já a traseira lembra bastante o Mercedes-Benz GLC – é inegável a semelhança, incluindo na cor do carro, um tom de cinza perolizado típico dos alemães. Um detalhe interessante são as rodas, de desenho bastante côncavo, que de acordo com a Fiat foram desenhadas para transmitir força e robustez.
Embora tenha assumido um tom evasivo durante a apresentação, limitando-se a quantificar investimentos e lançamentos, a Fiat disse que o Fastback tem diversos elementos que serão vistos em futuros modelos da marca – e não apenas nos SUVs. De fato, historicamente a marca não tem nenhum modelo que corresponda a este conceito de carroceria.
Outro grande destaque da Fiat em seu estande, ao menos para nós, foi o conceito Argo Sting, exercício de design feito sobre o hatch compacto em sua versão HGT. Mecanicamente ele é 100% stock – o que significa que seu motor é o mesmo 1.8 16v de 139 cv, acoplado a uma caixa automática de seis marchas. A customização estética, contudo, ficou interessantíssima, com pintura amarela a la Giallo Modena, rodas de 17 polegadas e para-choques redesenhados. Já os faróis, totalmente em LED, antecipam o desenho do modelo 2019.
Sting não é uma referência ao eterno líder do The Police, mas sim à palavra “ferroada” em inglês – por isto há uma vespa reestilizada junto das faixas nas laterais inferiores. A alusão à vespa aparece na própria temática amarela-e-preta.
Molduras dos para-lamas, rodas, capas dos retrovisores e até mesmo o emblema da Fiat na grade dianteira são pretos. O esquema repete-se no interior, que é revestido em couro preto com costuras amarelas e traz novamente as vespas, bordadas nos encostos de cabeça.
Nada nos tira da cabeça que se trata de uma referência também ao Dodge Super Bee – embora nada tenha sido confirmado. Também não se comentou a respeito da possibilidade de uma edição especial, mas pense com a gente: não seria bacana um esportivo baseado no Argo? Especialmente agora, sem nenhuma opção esportiva no portifólio – os modelos com motor 1.4 T-Jet foram todos descontinuados. Se a Fiat investisse em um powertrain turbinado como os que ainda são comercializados na Europa, poderia criar até mesmo um rival à altura do Renault Sandero RS. Mas talvez isto seja pedir demais.
As outras atrações da Fiat no Salão do Automóvel variavam entre carros-conceito e modelos que, aparentemente, marcam presença como clínicas – uma forma de medir a recepção do público e avaliar a possibilidade de vendê-los por aqui. No primeiro caso se enquadra-se, por exemplo, a Toro Rescue, feita com base na versão Freedom – que usa um motor 2.0 turbodiesel de 170 cv, câmbio automático de nove marchas e tração 4×4.
Segundo a Fiat, trata-se de um show car inspirado por veículos de resgate (Baywatch, com Pamela Anderson, veio à mente na hora), e traz diversos acessórios Mopar. A suspensão elevada e as rodas de aço estampado, mais os alargadores nos para-lamas, dão à Toro um quê de picape norte-americana dos anos 80.
Já no segundo caso, podemos colocar o Fiat 500X. Embora a Fiat não tenha dito que pretende trazê-lo para o Brasil (algo que já foi especulado outras vezes), o crossover inspirado no 500 – e equipado com um motor 1.6 16v de 120 cv – recebeu bastante destaque no estande…
… mais destaque até mesmo do que o próprio Fiat 500, cuja versão Sport reestilizada foi colocada em um canto de difícil acesso, até mesmo para tirar boas fotos.
Por outro lado, um exemplar de 1969 do Fiat 500 está exposto em um estande especial, que lembra a caixa de uma miniatura colecionável. É uma das partes mais bacanas do estande, embora tenhamos certeza de que o efeito seria melhor se o carro estivesse no chão, junto do modelo novo.
Também vale mencionar que a Fiat trouxe ao Salão o Uno Way, que havia sido retirado de linha no início do ano. A fabricante ítalo-brasileira voltou atrás pouco tempo depois, provavelmente por notar a demanda, e reintroduziu o Uno com suspensão elevada e motor Firefly à linha 2019.
Confira, abaixo, mais algumas fotos do estande da Fiat no Salão do Automóvel 2018!